Poetray

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Teu Olhar-felicidade

 Poetray
De Sol, Poesia & dor
No amor o coração é quem determina o rítmo.



No olhar neutro encontrei poesia implícita, 
_ resposta por uma vida inteira procurada; 
E na tua imparcialidade a nitidez do sentido 
Responde ao ontem e hoje o que é felicidade.

Amanhã _ destino quem sabe presente _, prevalecerá d’outrora o agora respondido; 
Isto posto, agora definido, agora,
Teu olhar felicidade.

Tardia descoberta.
Tão óbvio, tão evidente, tão lógico o sentido; 
Contudo, até então ignorado;
O que mais poderia ser, senão o teu olhar, felicidade?

Diante de ti, mirando teus olhos, foi que senti pela primeira vez minh'alma flutuar entre estrelas. Mergulhei em ti ao som de harpas angelicais. E na profundidade dessa esfera me regenerei.
E tanto prazer cega-me.
Meu universo, teus olhos, teu corpo, capturou-me e se fechara em globo com luzes e sons e se expande causando-me estranho deleite.
Aprisionado assim quisera ficar; e pra sempre, cativo dentro de ti, e tu prisioneira de mim.

O amor sincero é egoísta; quer o amor só pra si, a seu lado.
E se do contrário fosse, sincero não seria, amor não seria.
O amor, amor não seria.
Não, não seria amor a verdade do teu e do meu olhar-Felicidade.

Tão óbvio, o amor cega-me. 
Tão ilógico o sentido se antes imaginado...
Cego,
Tão cego ignoro o elo dourado em teu dedo. Ofusca-me.
Como pode um homem...

Embora incapaz de entender, respeito a aliança. Seria insensatez ousar julgar um coração quando se é ineficiente para atender aos apelos do próprio coração se este insiste em competir com a razão.
_ Será que ela entenderia isso? _ indaga-me a consciência.

Entenderias tu?

Hoje, tinha folhas pelo chão, luzes nas árvores, estrelas artificiais... Cores vivas, reluzentes, por toda parte. Meu espírito voara para junto de ti e, seguro de não julgar e ser julgado, confesso a ti o meu amor. E digo sem hesitar: "eu te amo".

Não vi anjos _ eu queria anjos; 
Nem ouvi sinos e violinos_ eu queria muito ouvir sinos. 
Mas ouvi grilos e o tilintar do triângulo da orquestra desafinada do palco escurecido. 
Encenei. Não havia plateia. 
Encenei sem viv'alma sequer disposta a aplaudir-me _ exceto os fantasmas fieis, os de sempre, que vivem comigo. 
Mas eu queria palmas, aplausos, gritos, assobios, risos ou vaias!... Gente.
Eu queria gente, mesmo que fosse em mim...
Mas o que sou eu quando nada ou ninguém?

La fora, aqui, em algum lugar na extremidade do cérebro insano, uma fila de palavras famintas, perdidas, ansiosas por forma, à espera, perdidas se engalfinham  aflitas, esperançosas de ganharem sentido. O que mais que pode almejar uma palavra? 
As palavras querem sentido. 
Poucas palavras têm em si, sozinhas, algum sentido...
Eu queria sentido. Eu queria gente, já que jamais consegui ser verbo ou simples palavra.

Agora, entanto, quero amor: teu olhar-felicidade.
Felicidade, esse é o caminho que tem que ser percorrido...

Ho, ho, ho! Ho!... É hora dos fogos...

Mas não ouço sinos!... Nem violinos...
E teu olhar ainda vago.

(Inspirado pela presença de L.S _ 24/12/2015 23:48:16)